As mulheres pioneiras, mulheres feministas, que resistiram a ditadura, enfrentaram todas as formas de violência, lutaram por cidadania, entraram no cenário político e reivindicaram direito ao voto, trabalho, aprofundaram a reflexão sobre o lugar social da mulher e que gritaram por liberdade e autonomia - Como isto é significativo para todas nós! Junta-se à isso, a relevância da luta pelos direitos das mulheres na Conferência Nacional para as Mulheres – nossos direitos para Cairo 94, que culminou muitos avanços principalmente na área de saúde da mulher, também a 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada pelas Nações Unidas, em Beijing, em 1995, entre diversos outros espaços, em que mulheres e movimento feminista trouxeram questões tratadas como âmbito privado para o espaço público, dando visibilidade às mulheres como sujeitos políticos e sociais.
A história nos revela que os direitos das mulheres não foram concedidos, mas conquistados por negras, brancas, indígenas, quilombolas, rurais, lésbicas, jovens, mulheres com necessidades especiais, entre muitas outras desse Brasil que lutaram (e ainda lutam) para melhoria de vida de todas nós. Ainda é importante pontuar que o papel do Estado na implementação das políticas públicas é fundamental para promover e construir a igualdade de gênero e garantir os direitos da mulheres.
Atualmente, muitas questões ainda estão em pauta quanto à autonomia das mulheres, e tem sido um grande desafio para o movimento de mulheres e feministas a onfesiva conservadora e fundamentalista que fere a democracia, a laicidade do estado, e os direitos humanos das mulheres, sobretudo os direitos sexuais e reprodutivos. É uma tentativa de recuar os avanços legais do que as mulheres vieram construindo há décadas.
Além disso, as lutas contra o capitalismo, machismo, patriarcalismo heteronormatividade vem sido travadas pelo movimento feminista, entendendo que são questões estruturantes da nossa sociedade que precisamos desestruturar, pois não contribuem para a ampliação dos direitos não só das mulheres, mas de toda sociedade.
Aylla Milanez