Hoje foi ao ar o capítulo da novela Passione que tratou da relação extraconjungal de Stela e Agnelo e me causou indignação o decorrer dessa história. Nesta cena, Saulo (esposo da personagem Stela) descobre a traição através de sua filha (Lorena). O que quero registrar aqui de fato não são esses personagem fictícios ou notícias de televisão, mas o que pode repercutir na sociedade a partir da cena que ocorreu.
Meus olhos saltaram quando vi essa cena que o personagem Saulo espanca sua esposa, pelo fato dela ter o traído. A personagem-mulher Stela sofre lesões, com tapas e agressões verbais, sendo chamada de "safada", "vagabunda".
Vivemos numa sociedade machista, patriarcal e discriminatória e muitas mulheres tem lutado para quebrar o silêncio e alcançar a igualdade, equidade e autonomia. Então quando me deparo com uma cena em que há violência doméstica, sinto necessidade de deixar o meu REPÚDIO e mobilizar outras mulheres sobre este problema da violência doméstica que rompe a integridade e viola os direitos humanos, além da banalização da injustiça.
Provavelmente, será dito que esta é "apenas" a realidade de muitas mulheres, por isso que passaram essa cena. Mas e aí? Ficará por isso mesmo? Pois a novela segue essa tendência de colocar a mulher submissa, fragilizada, da "punição" em situação de adultério, propagando as relações de dominação do homem sobre a mulher e valorizando a cultura machista.
Não é admissível que a cena não enquadre a Lei Maria da Penha, que trata da violência domética conforme Artigo 5º:
Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
Me recuso a ver essa novela!
Somos mulheres na história: do silêncio ao GRITO, da obscuridade à VISIBILIDADE.
Chega de violência, Lei 11.340 neles!
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